Artigo5 1
Lucia Helena de Freitas Pinho França*
Resumo
O Brasil tem aproximadamente 22 milhões de idosos, e até 2040 esse contingente será triplicado. Um dos grandes desafios desse rápido processo de envelhecimento é a sustentabilidade econômica das aposentadorias, principalmente considerando que o sistema é marcado por graves desigualdades. Este artigo aborda as políticas existentes e os aspectos que precisam ser considerados pelo governo, universidades e organizações, abrangendo a educação financeira nas escolas, a atualização dos trabalhadores mais velhos e a criação de programas de preparação para a aposentadoria, dentro da perspectiva da educação ao longo da vida.
Palavras-chave: Envelhecimento; Programas de Preparação para a Aposentadoria; Educação ao Longo da Vida.
Introdução
A exemplo do que aconteceu em todo o mundo, a expectativa de vida no Brasil aumentou consideravelmente, e nosso desafio parece ser maior em função da velocidade com que esse fenômeno ocorreu. Em 1950, a expectativa de vida não passava de 51 anos, e o Brasil era um dos países mais jovens do mundo.1
Atualmente, nossa expectativa de vida ultrapassa os 73 anos, temos aproximadamente 191 milhões de habitantes e cerca de
21,7 milhões de idosos. A expectativa é de que, em 2030, nossa população irá parar de crescer e seremos a sexta população mais velha do mundo, até que em 2040 teremos mais de 60 milhões de idosos. Sendo assim, é necessário refletir se estamos preparados para celebrar o envelhecimento populacional como um ganho real.
A velocidade do processo de envelhecimento no Brasil foi consequência principalmente do decréscimo da taxa de fecundidade média brasileira – 1,9 em 2009 –, que apresenta diferenças sobretudo em função do nível de escolaridade e de renda (IPEA,
20102). Para mulheres com renda mais alta, a taxa de fecundidade é de 1,0, muito similar à encontrada nos países como Itália,