Artigo Publicado Na Revista Signos De Vida

3952 palavras 16 páginas
Artigo publicado na revista Signos de Vida, número 56, julho de 2010 (publicação do Conselho Latinoamericano de Igrejas)

Nas férias de verão, assim como alguns milhões de pessoas no planeta, fui assistir o filme Avatar, do diretor James Cameron. Além da empolgante propaganda na TV, sabia muito pouco sobre o filme. Não imaginava, no entanto, a intensidade de “religião” que encontraria nas quase três horas de filme.

PARTE I:

Não só os avatares do filme deixavam seus corpos humanos para ingressarem no mundo dos na’vis. Todos nós, espectadores, éramos ligados a uma experiência, muito além do que um simples filme. Isto já seria um aspecto suficientemente religioso para se pensar. Ir ao cinema tem algo de ritual – a pipoca, as luzes que se apagam, o silêncio–, algo de simbólico – luz e movimento que nos conectam a histórias, mitos do lado de cá e da lá da tela –, algo de transcendente – vamos além de nós mesmos. Todos estes elementos são em si religiosos. Mas é no que se refere ao conteúdo, à história da Avatar, que aqui quero mais me deter. Começando pelo próprio título “Avatar”[1] termo proveniente do hinduismo, as diversas conexões estabelecidas entre seres imanentes e transcendentes, a Árvore das Almas, a divindade Eywa, localizada no lugar mais central e sagrado do mundo de Pandora.

Compreendo que é também tarefa da teologia e em especial da teologia prática buscar entender estes elementos “religiosos” presentes no filme e que, também ou justamente por isto, arrastaram milhões de pessoas de diferentes culturas e religiões. Estaria o cinema, através de filmes como Avatar, suprindo a sede religiosa do ser humano? Seria o cinema o grande culto dos habitantes da atualidade? O que tem a teologia cristã a ver com tudo isto? O que a teologia prática pode tirar desta “religião nas telas dos cinemas”?

Fenômeno da religião vivida

No limiar do século XXI vivemos um fenômeno religioso. Contra todas as pressuposições, vivemos um retorno e um incremento do religioso[2]. Ou

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