Arquitetura do Ferro
Surgindo como sistema construtivo nos finais do século XVIII, o ferro protagonizou em grande parte o desenvolvimento da arquitetura do século XIX e XX. Permitindo grande economia de meios e de tempo, associadas à grande liberdade formal e às quase ilimitadas possibilidades estruturais, a Arquitetura do Ferro encontrou em engenheiros como Gustave Eiffel alguns dos seus maiores projetistas. As primeiras tentativas e experiências de produção em massa de peças metálicas tiveram lugar na segunda metade do século XVIII. A Inglaterra, um dos países mais industrializados da altura, assumiu um papel pioneiro e determinante neste processo. O ferro, que até então era utilizado na arquitetura ora como elemento decorativo, ora só forma de tirantes em tensão, ora como sistema de ligação das cantarias, passa a ser fundido, o que permitiu grande liberdade na execução de peças que funcionassem à compressão. A Pont des Arts em Paris, projeto de De Cessart eDillon, construída entre 1801 e 1803, a emblemática Ponte de Brooklyn, em Nova Iorque, de John A.Roebling (1869-1883) ou a Ponte de D. Maria Pia (1876), no Porto, de Gustave Eiffel, representam momentos fundamentais na fixação das formidáveis potencialidades deste material. O desenvolvimento dos meios de transporte, em especial do caminho de ferro, teve como consequência, para além da construção de inúmeras pontes em ferro, a criação de novos equipamentos públicos como as estações de comboios.
Alguns edifícios industriais dos inícios do século XIX empregavam já perfis em T formando vigas que suportavam pequenas abóbadas de tijolo maciço embebidas em betão sobre as quais assentavam os pavimentos. O ferro permitiu reduzir os suportes, criando sistemas porticados em grelha que aumentavam bastante as possibilidades de invenção formal e espacial e que remetiam, de certa forma, para a solução de esqueleto estrutural do estilo gótico. Mais tarde, o ferro foi também aplicado a outros tipos de construção,