Arquitetura Colonial

7803 palavras 32 páginas
Uma nova proposta de abordagem da história da arquitetura brasileira Carlos A. C. Lemos

Igreja de Gesú, Roma
Foto Victor Hugo Mori

Cremos tenha sido o crítico de arte e ensaísta argentino Damián Bayón o primeiro a escrever sobre as condições em que ocorreu a produção artística do
Novo Mundo face à experiência milenar europeia (1). No Velho Continente, em suas variadas regiões, a arquitetura, como as demais artes em geral, se desenvolveu num continuum onde, com muita precisão, a produção de bens se compartimenta em definidos períodos, cada qual com suas características locais singulares. Isso permite aos historiadores e críticos distinguir com exatidão os artefatos daqui e dali; a sucessão de eventos significativos, cuja cronologia e locus demarcam etapas de um caminho lentamente percorrido pelo homem sensível às coisas da estética. A eles, é fácil percorrer a seqüência dos estilos e das técnicas no universo europeu.
Na América, ao contrário, como nos disse Bayón, em aula na Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da USP, todos os gostos e estilos desaguaram misturados de roldão na produção artística do mundo americano, cujos artífices ignoravam candidamente o que fosse antecedente ou conseqüente naquela barafunda de estilemas trazidos sem maiores explicações. Os primeiros agentes culturais aqui arribados, tenham sido engenheiros militares, ou arquitetos inseridos no corpo das ordens religiosas, ou mestres de risco reinóis avulsos, todos eles, com diferenciadas informações ou experiências, trouxeram em suas bagagens as lições de seus mestres e, outrossim, esmaecidas pela distância, as recomendações dos tratadistas do renascimento e do maneirismo enquanto guardavam em suas saudades as aparências das antigas capelas, igrejas e mosteiros românicos de suas velhas aldeias rurais, de Braga, do Porto ou de
Lisboa. E já cerca de duzentos anos após Cabral, se alastrou pelo litoral canavieiro o barroco introduzido no Reino pelos arquitetos e

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