Argumentação e Demonstração

Argumentação e Demonstração

Conforme o que estudámos anteriormente, a lógica formal estuda as regras ou condições que devem ser utilizadas para construir um argumento válido. Daqui podemos deduzir que a lógica formal (como diz o seu nome) preocupa-se mais com a estrutura formal do argumento do que com a sua veracidade material. Em muitas ocasiões a simples demonstração, através das regras da conexão lógica entre as premissas e a conclusão, não basta para convencer, persuadir ou ser aceitável pela audiência, isto é, a sua simples demonstração é insuficiente mesmo que esteja correta. Como por exemplo: As pessoas muito inteligentes têm direito à liberdade. Os assassinos em série são pessoas muito inteligentes. Logo, os assassinos em série têm direito à liberdade. O argumento é válido, no entanto, é quase impossível torna-lo aceitável. De qualquer forma pode-se sempre argumentar a seu favor e aqui podemos comprovar que a argumentação é mais eficaz que a demonstração. É neste âmbito que surge a lógica informal, que é uma tentativa de criar uma nova forma de avaliar e analisar os argumentos tendo em conta o seu conteúdo material e do seu potencial persuasivo. Logo, a lógica informal preocupa-se com todos os tipos de argumentos sejam formalmente válidos ou inválidos, onde o seu potencial persuasivo não dependa apenas dos critérios formais mas também de critérios dialéticos, informais. Enquanto que a lógica formal procura estabelecer a validade dos argumentos, a lógica informal procura comprovar a veracidade desses. Nesta fase distinguimos dois domínios, a lógica formal que é demonstrada através dos seus critérios formais, e a lógica informal que argumenta a veracidade ou falsidade de uma conclusão através da retórica – arte de bem falar, eloquência no discurso e vontade de agradar a audiência de modo a convencê-la da nossa causa. A parir do que foi dito acima, podemos estabelecer as principais características da argumentação e da demonstração.