Apropriações clássicas na De Civitate Dei de Santo Agostinho

5338 palavras 22 páginas
Apropriações clássicas na De Civitate Dei de Santo Agostinho1

Classical appropriation in De Civitate Dei of Saint Augustine

Marinalva Vilar de Lima2

RESUMO: Em 14 de agosto de 410 Alarico, rei dos visigodos conquistou Roma. Entre 413 e 426 Santo Agostinho (Aurelius Augustinus) escreveu a obra que viria a gozar de enorme influência e recepção: DE CIVITATE DEI, que pode ser pensada em seu duplo fazer-se: tratado teológico e de filosofia da história. É uma obra que comporta as compreensões agostinianas do fim do mundo antigo; os usos que faz das leituras de obras clássicas; a defesa inconteste dos cristãos; e, dentre outros aspectos, a elaboração de uma temporalidade que dista daquela experienciada pela tradição latina. Para Santo Agostinho, além do tempo presente, aquele que existe sem contestações, há o pretérito, que “já não existe” e o futuro, que “ainda não existe”. De um lado, defende a existência do passado a partir do argumento de que se os fatos desse tempo foram narrados é porque existiram e foram vistos; de outro, argumenta sobre a existência do futuro. Vaticinando o futuro, é que Santo Agostinho constrói a idéia de uma “cidade celeste” ao se deparar em seu presente com uma “cidade terrena”, aos seus olhos depravada, por se constituir de vícios criados da relação entre os homens e um universo vasto de “falsas e enganadoras” divindades. Trata-se da Roma do séc. V, vista por Agostinho como a representação máxima do que era contrário à filosofia, que, então, era por ele edificada: o cristianismo. Promove uma série de inversões de visões de autores clássicos, como Cícero, Tito Lívio e Platão para, com isso, dá sustentação aos seus argumentos.

ABSTRACT: On 14 august of 410 Alaric, visigoths king conquered Roma. Between 413 and 426 Saint Augustine (Aurelius Augustinus) wrote the book that would bring great influence and reception: DE CIVITATE DEI, which can be thought in his double make it: theological treatise and of history philosophy. It is a

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