análise
Após quedas sequenciais no nível das represas do Sistema Cantareira, população sofre com o desabastecimento por Débora Ely
03/08/2014 | 19h41
Represa Jaguari-Jacareí na cidade de Vargem (SP) onde o índice que mede o volume de água armazenado no Sistema Cantareira é de apenas 15,6% da capacidade total Foto: LUIS MOURA / ESTADÃO CONTEÚDO
Principal fornecedor de água à população da Grande São Paulo, o Sistema Cantareira teve uma sequência de quedas no nível das suas represas - e o panorama já é considerado a pior crise da história na região. A rede, na sua totalidade, é responsável pelo abastecimento de 8,1 milhões de habitantes, população quase seis vezes maior do que o número de habitantes de Porto Alegre.
Com a falta de chuva constante, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) rejeitou a possibilidade de racionamento e passou a resgatar, ainda em maio, o chamado "volume morto": reserva técnica situada abaixo das comportas e que nunca havia sido usada.
Quase três meses depois, só se agrava a secura das torneiras dos paulistas. Conforme reportagem do jornal Folha de S. Paulo de sexta-feira, as medidas adotadas pela Sistema Cantareira nos últimos cinco meses já são equivalentes a uma situação de racionamento, com um rodízio de três dias sem água para cada 1,5 dia com abastecimento. Essa foi uma das alternativas adotadas para recuperar a rede e economizar água. Quem paga a conta, até agora, é o consumidor, que enfrenta a escassez de água e encabeça uma onda de reclamações.
O presidente do Conselho Mundial de Água, Benedito Braga, explica a crise paulista em três pilares. O primeiro, e considerado o mais importante, é a situação climática, já que a chuva entre o final de 2013 e início de 2014 foi 30% menor se levada em consideração uma série histórica de cem anos. O segundo corresponde ao costume dos consumidores que não se preocuparam em usar água