análise do filme "o homem duplicado "
O filme é, praticamente, todo em tons amarelados e cinzas, criando uma atmosfera de suspense e sufocamento, com uma Toronto toda cinza (representada como uma verdadeira selva de concreto) e sempre enevoada. Nas partes de maior tensão o diretor faz uso de “takes”, focando a câmera em cada personagem e no que ele está fazendo por alguns segundos e depois faz um pequeno corte para uma tela preta e volta para outro personagem. A trilha sonora nessas situações cumpre com perfeição o seu papel. Os tambores e os violinos intensificam ainda mais a sensação de medo (que o filme por si só já passa) e chegam a ser até agonizantes.
Ao longo da obra, fica claro que Adam e Anthony são duas personalidades de uma mesma pessoa, e mesmo com todas as indicações de que o real pode ser o professor (ao menos, na minha opinião) não tem como confirmar qual dos dois é o “verdadeiro”. O professor é acuado e de certa forma, involuntariamente, se oprimi, não conseguindo avançar com sua vida e deixá-la menos monótona. Já o ator é seguro, confiante e mais agressivo, tecnicamente um “bad boy”. Essa questão da duplicidade de uma pessoa é vista por muitos críticos como sendo uma analogia à lenda germânica do “doppelgänger”, que é uma “criatura” que tem a capacidade se transformar em um clone perfeito da pessoa, que representa, porém, o lado negativo da pessoa, estimulando-a a fazer coisas erradas ou coisas que ela nunca faria.
A adaptação está sempre fazendo referências a aranhas, mostrando no