análise do filme medianeras

Em "Medianeras" o argentino Gustavo Taretto, retrata o mundo comtemporâneo regido por relacionamentos virtuais, monólogos pessoais, isolamentos, crescimento desordenado das cidades e os males que esses novos paradigmas acometem.

" (...) separações e os divórcios, a violência familiar, o excesso de canais a cabo, a falta de comunicação, a falta de desejo, a apatia, a depressão, os suicídios, as neuroses, os ataques de pânico, a obesidade, a tensão muscular, a insegurança, a hipocondria, o estresse, o sedentarismo, são culpa dos arquitetos e incorporadores."

Nessa passagem do filme, podemos refletir a interferência da nossa escolha profissional na sociedade. O caos que circunda o crescimento das metrópoles atualmente, e a era digital que fragilizou os relacionamentos também são frutos da engenharia moderna. A busca intermitente por lucros e superações, transgridem os direitos humanos e os males gerados se tornaram rotina.

Personagens desfuncionais que acima dos seus medos, doenças e "exílio", descobrem ao acaso a necessidade de se relacionar. Mesmo poucos, desajeitados e incômodos, diálogos aparecem no filme.Assim, o longa estabelece relação Aristotélica - "A cidade antecede o indivíduo"- ao considerar inato a capacidade de ser social do homem. Analisando a partir da "Alegoria da Caverna" de Platão, temos no filme, o esforço dos personagens na busca da "luz", metafóricamente por meio das interações sociais. A própria necessidade de psicólogos ou conversas online, confirmam a busca de socialização.

Contudo, no mundo digital perdemos nossa identidade. Metáfora criada no filme pelas vitrines que Mariana criava, esperando que alguém a reconhecesse em seu trabalho. Surge então, um paralelo entre as vitrines e as redes sociais, as quais Martin era tão dependente, nessas esperamos ser reconhecidos ainda que manipulemos nossa imagem.

Dessa forma, metáforas e excertos citados que reafirmam o homem como ser social.