Análise aos poemas

TAREFA 3

1 – Nos poemas de Miguel Torga, de Sophia Breyner e de Vitorino Nemésio, aparece bem vincado a nova concepção de tempo. Nemésio no poema A Tempo, apresenta-nos uma noção de divisão entre o absoluto eterno que une a vida estando ligada à concepção antiga e a um outro tempo caracterizado pela solidão e pela transitoriedade.
No poema de Torga, Tempo, é nos dado por si só, uma representação da concepção moderna de tempo. No entanto, o tempo surge como definição de angústia” apenas possível através de uma vivência serena se “agrilhoado.” E esta angústia reflete-se na impossibilidade do tempo ser apreendido.
Já Sophia Breyner no seu poema, Ali, Então destaca-se o devir e permanência do ser, nos silêncios e nas promessas ameaçadas pela fugacidade do tempo. Faz parecer que, a morte e a dor a sorte e o tempo nunca aconteceram. Ao eleger o mar como símbolo da sua poesia e como símbolo do primeiro dia conhecido que sempre existiu, revela um momento de serenidade e paz perante a angústia e a evolução do tempo.

2 – Torga através do poema Tantum Ergo, apresenta-nos uma espécie de hino fúnebre à ausência de Deus. No mundo de homens não estando o seu amor a vida perde o sentido, subsistindo apenas as ovelhas tresmalhadas. Sobressai, claramente, o profundo desejo da presença de Deus no poeta, dando-lhe força para lutar e manter a sua presença.
Vitorino Nemésio no poema, Aqui e Agora, expressa o sentido do vazio “nihil.” Havendo uma ausência do divino no mundo o espírito sairá derrotado, já que os sinais que Deus habita o homem e o consente são ermos.
Sophia Breyner e o poema Exílio, expressa na ausência de um Deus orientador/ordenador, o vazio de sentido. Ao exilarmos os deuses ficámos incompletos. O poema reflete um exilamento não só dos deuses mas também do homem.

3 – Barcarola de Vitorino Nemésio, recorre a um jogo de palavras para evocar a “vida da vácua.” A viagem longa da barca da morte associada à ausência de um lugar certo para estar, provoca um