Antropologia

As Amélias de Hoje
Irani Aparecida de Oliveira

Segundo a música, Amélia era uma mulher difícil, de vibra forte, capaz de superar todo tipo de dificuldade com a cabeça erguida, com orgulho, otimismo, e sem nem uma gota de vaidade. Mas, seriam estas as características femininas imprescindíveis para ser uma espécie de “mulher ideal”? Ou será que mulheres ideais são tão relativas quanto tudo neste mundo?
Acredito que uma mulher de verdade precisa ter vaidade… Até mesmo porque esta é uma característica difícil de não se ver em uma mulher que preze seus artifícios femininos e que tenha orgulho de ser, de fato, uma mulher. Por isto não acho que o tipo de Amélia seja obrigatoriamente o único correspondente a “uma mulher de verdade”. Mulheres de verdade são muito mais do que definições e parâmetros a serem compridos. Mulheres de verdade são aquelas que assumem a complexidade e reconhecem que existem muitas outras mulheres de verdade no caminho, cada qual com as suas magias e encantos. E, que acima disto, mulheres de verdade sabem que não se pode competir com outras mulheres de verdade, porque cada uma é do jeito que é e tem o seu espaço garantido e reservado na vida de ao menos um homem.
Quando se ouve o termo mulher Amélia, logo se tem em mente a imagem de uma mulher submissa, que não tem opinião e muito menos "querer", fraca.. uma mulher que veio ao mundo para lavar, passar, cozinhar e gerar filhos (sem prazer…), em resumo uma “monga”… pois é, usamos esse termo frequentemente para denominar este tipo de mulher, porém quando nos aprofundamos na história para conhecer quem era a Amélia, descobrimos que estamos enganados, que a Amélia na verdade, nasceu de uma brincadeira de Almeidinha, irmão de Araci de Almeida, (artista da música brasileira…) que sempre que se falava em mulher, ele brincava dizendo: “Qual nada, Amélia é que era mulher de verdade. Lavava, passava, cozinhava....'’ Então, Mario Lago, achou original aquela frase e pensou que isso daria uma boa melodia;