Antonio Nobre

António Nobre

Aspectos biográficos
António Pereira Nobre nasceu no Porto a 16 de Agosto de 1867 e faleceu na Foz do Douro a 18 de Março de 1900. Fez o ensino preparatório no Porto e em 1888 matriculou-se na Faculdade de Direito em Coimbra, tendo reprovado duas vezes consecutivas no primeiro ano. Parte para Paris em 1890 e frequenta a Escola Livre de Ciências Políticas e a Faculdade de Direito da Sorbonne, onde obtém a licenciatura em 1895.
Regressado a Portugal presta provas para diplomata e obtém boas classificações. Contudo nunca chegaria a ser nomeado cônsul, a tuberculose tornou impossível a sua nomeação.
Quando em 1891 está de férias em Portugal, já o seu poema Males de Anto reflecte um pouco o drama de um doente e as mórbidas dúvidas em que se regozija. A partir desta data a sua saúde vai-se deteriorando, a par com os problemas financeiros que afectam a família, abalada pela crise brasileira. António Nobre refugia-se nas bibliotecas públicas e encontra no meio do silêncio dos livros o calor para se aquecer do frio invernoso que o corrói.
Por esta altura (cerca de 1891) solicita a Eduardo Prado (amigo de Eça de Queirós) que lhe arranje colaboração paga nos jornais brasileiros.
Em 1902 é publicado o volume póstumo Despedidas, onde estão expressas as suas deambulações e estado de espírito dos últimos anos marcados pela doença (tuberculose). As quintas do Seixo e de Cascais, Clavadel (Suíça), a ilha da Madeira, Nova Iorque, são alguns sítios por onde passou em busca de uma cura que nunca chegou.

Perfil Literário
A debilidade física e a preocupação com a morte foi algo que marcou de forma indelével a sua personalidade, desde logo por ser o mais mimado e superprotegido da família, e concedeu à sua obra o carácter egotista que a caracteriza.
Se nos seus poemas pesa o pendor triste, dramático e desesperado, nas suas cartas vibra aqui e além o apego à vida, a esperança da cura e também a alegria.
A sua escrita entre 1895 e 1889, com algumas excepções de