Analfabetismo

UFF- Universidade Federal Fluminense

Janete de 34 anos, rosto sofrido e cansado, vive com seus 3 filhos no Pará, mãos rachadas de tanto trabalhar na lavoura e olhos que mostram o quanto foi e é dificil sustentar uma família sozinha e perder o marido tão cedo. Mas de uma coisa ela pode se orgulhar, de não desistir nunca dos seus sonhos. Atualmente ela não faz mais parte do alto índice de analfabetismo no Brasil. Jana, como é conhecida por todos, não teve uma infância fácil. Ela nunca frequentou uma sala de aula, pois desde criança, precisou trabalhar na roça para ajudar sua família. Perdeu os pais aos doze anos de idade, e se casou em seguida. Hoje mora num pequeno vilarejo em Altamira, pequena cidade do estado do Pará, com seus 3 filhos. Em 2008 ela resolveu entrar numa turma de Educação de Jovens e Adulto, onde aprendeu a ler e escrever e se emociona até hoje lembrando da primeira vez em que escreveu o seu nome e diz que foi uma das melhores escolhas da sua vida. Apesar disso, o número de analfabetos no Brasil ainda é muito grande, sendo considerado o 8º país com maior número de analfabetos adulto. No total, 13,04 milhões de pessoas com 15 anos ou mais estão no grupo de analfabetos no país e 7 milhões deles vivem na Região Nordeste. A falta de quadros, carteiras, manuais e outras condições são as principais dificuldades que alunos e professores do ensino de adultos enfrentam. Isso é uma realidade causada pelos modelos de educação arcaicos, sem inovações, que tolhem a capacidade criativa dos sujeitos, gerando insegurança e insatisfação pessoal.