alvares de azevedo

761 palavras 4 páginas
Álvares de Azevedo revolveu delicadas feridas da sociedade brasileira da época e a afrontou tabus, e com isso - assim como em diversos outros pontos - ele seguiu as pegadas de Lord Byron - em cujas obras aparecem também traços não-conformistas e anti-sociais. Em Noite na Taverna não há justiça, probidade, remorso nem compaixão. Os rapazes na taverna, enquanto contam suas aventuras, são como anjos da morte e da destruição semeando a ruína e o desastre por onde passam. Sua postura é narcisista. Apenas buscam o prazer e a satisfação dos próprios desejos.

O texto não está construído de forma a incutir susto ou medo no leitor (como seria o caso na literatura de horror ou sobrenatural), mas antes, provocar o estranhamento e a repulsa. No entanto, uma das suas qualidades é, justamente, prender a atenção, página a página, através do emaranhado das situações descritas . Sem dúvida, as noites de vícios e devassidão narradas por Álvares de Azevedo, chamaram a atenção e chocaram o público leitor da década de 1850.

Noite na Taverna apresenta um mundo que não era o de Álvares de Azevedo, nem o de sua infância em família, nem o de sua mocidade e amadurecimento. Sua biografia deixa claro o tipo de valores nos quais ele foi criado: os da sólida e tradicional família brasileira, abastada, convencional e letrada. Orgias, a crueldade, a fealdade e os vícios de seus personagens em nada correspondem à realidade ou à vida do poeta. Somente o desejo de fuga da realidade explica tal escrito em que o amor é encarado pelo autor de maneira pervertida. Na vida real, nada mais era do que filho e irmão dedicado. Os sentimentos expostos em Noite na Taverna são puramente intelectuais.

Álvares de Azevedo inscreve sua obra na tradição do romance gótico. Pode-se avaliar como provenientes do romance gótico inglês, não apenas vários dos temas de Azevedo, como incesto e assassinato entre familiares, como ainda o gosto pelos incidentes sensacionais - raptos, fugas, aventuras em rápida sucessão,

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