Agostinho: Livro VII, Confissões

1647 palavras 7 páginas
Agostinho: Livro VII, Confissões

Por Marcus

No livro VII de Confissões Agostinho investiga inquietantes questões metafísicas e dilemas morais implicados pela doutrina platônico-cristã. O filósofo começa por discorrer sobre suas primeiras impressões acerca da essência e substância de Deus. Em sua juventude inquieta e perturbada, a imagem de Deus se lhe apresentava como que corpórea, difusa e imersa em todas as coisas. Mais tarde, em sua fase de maturidade reflexiva, o filósofo termina por concluir que suas antigas especulações estavam todas fundamentalmente equivocadas, encontrando um entendimento mais elevado da natureza divina muito depois nos escritos dos platônicos, que versavam sobre as perfeições incorpóreas, e tendo alcançado a verdadeira sabedoria de forma ainda mais perfeita nas sagradas escrituras. O filósofo explicita o modo como se deu a evolução do seu discernimento ao final deste mesmo livro, quando esclarece a natureza das revelações extraídas do evangelho que o emanciparam do falso entendimento acerca do conceito de Deus. Antes, porém, Agostinho preocupa-se em descrever as reflexões que o permitiram dissuadir aquelas caracterizações deformadas da natureza divina que o perturbaram na juventude. Em especial, procura refutar a doutrina maniqueísta do dualismo das substâncias do bem e do mal. De acordo com o filósofo cristão essa doutrina trouxe-lhe, em sua fase de inquietação e imaturidade, as mais nefastas confusões e falsas impressões acerca dos dilemas morais e da natureza fundamental (ontológica) da existência.

Para os maniqueístas o bem, sendo substância espiritual, era puro e incorruptível, enquanto a matéria, bruta e corruptível, era a substância má. Esses dois princípios antagônicos seriam, segundo os maniqueístas, eternos e estruturavam toda a dinâmica da existência. Assim, ao endossar esse dualismo de substâncias os maniqueístas criam que não somente o bem, mas também o mal, era uma entidade substantiva e portanto trazido a

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