AGENDA SETTING
RGM: 1320939
A ideia de agenda-setting configura o núcleo conceitual de um modelo de pesquisa planejado para testar empiricamente os resultados da comunicação de massa na preferência política e eleitoral do público. A centralidade dos meios eletrônicos no sistema de comunicação e as novas formas de comunicação política exigiam novos modelos de investigação e a aquisição de novos dados que permitissem o reexame da questão dos efeitos da mídia na audiência e no eleitor.
O conceito e o modelo investigativo da agenda-setting ganham inteligibilidade e importância teórica, quando interligados ao tema mais geral da formação da opinião pública em sociedades midiatizadas ou, para usar a definição de Manin (1995), em “democracias de público”. Nessas democracias, a relação entre os meios de comunicação de massa e a opinião é crucial para se entender como se definem as agendas temáticas e as questões públicas relevantes.
A preocupação com os efeitos da imprensa, na formação da opinião pública, está presente desde o final do século XIX. O francês Gabriel Tarde, um dos pioneiros da Sociologia, foi um dos primeiros a se preocupar com a relação entre a comunicação e a opinião pública, na democracia de massa. Para o autor, o espaço público da democracia de massa, que então nascia, era formado por quatro elementos inter-relacionados: a imprensa, a conversa, a opinião e, finalmente, a ação. Nesse esquema, o papel da imprensa seria o elemento mais importante, ao divulgar o calendário político e a agenda de discussão ao qual o leitor teria que reagir, através da conversa e da contraposição de opiniões e tomar posição.
Entre os modelos mais prósperos, encontrava-se a teoria da agenda-setting que, apesar de reconhecer que os efeitos da comunicação se davam por meio de mediações complexas e sutis (continuando, assim, no campo teórico dos efeitos limitados), devolvia aos meios de comunicação de massa a função primordial de definir a agenda pública.