Adoção de crianças infectadas com a síndrome da imuno deficiência adquirida - hiv/aids

25637 palavras 103 páginas
INTRODUÇÃO

Não obstante ter sido foco de várias discussões ao longo dos anos, o tema “adoção” somente obteve uma maior divulgação na cidade de Montes Claros, em função da difusão dos Grupos de Estudo e de Apoio à Adoção, que realizam um trabalho objetivando a extinção de pré-conceitos outorgados pela história e/ou pelo senso comum. Atualmente, eles procuram propagar o instituto da adoção para que um maior número de crianças e adolescentes possam gozar do conforto material, sentimental e zelo da matricialidade familiar. Segundo FONSECA, esses grupos foram criados para a superação de uma forte característica brasileira, na qual a adoção é entendida apenas como uma solução para os casos de esterilidade (1995, p.47). Além dessas perspectivas há uma rigorosa seleção por parte dos adotantes em relação aos indivíduos a serem adotados. Os bebês e as crianças na faixa etária de até dois anos de idade possuem um índice de adoção maior que as de idade mais avançada. E os adotados, que são infectados pelo vírus do HIV/Aids[1], possuem baixíssimas chances de serem adotados, mesmo por famílias estrangeiras como no caso de alguns adolescentes ou as chamadas crianças “idosas” (SANTOS: 1997, p.158). Sabe-se que a família exerce um importante papel na construção da identidade social do sujeito e, de acordo com SILVEIRA (2004), esta será alvo de preconceitos, assim como o soropositivo,e deverá transformar seus papéis junto à sociedade e no interior dessa, visto que precisará desenvolver mecanismos de enfrentamento dos ideais sociais de “normalidade”:

Mitos e preconceitos (...) têm favorecido, por um lado, posturas reducionistas, ratificadoras de equívocos historicamente construídos em nossa cultura sociopolítica, contribuindo para a exclusão de determinados indivíduos e grupos que não se enquadram nos modelos previamente estabelecidos como ‘adequados’, ’normais’, ’regulares’ etc (SANTOS, 1997, p.159).

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