Administração

Capítulo 1 – Os dois imperadores

Irineu Evangelista de Sousa, conhecido como o barão de Mauá, morava no palacete de São Cristóvão que era uma aquisição recente da família, um cliente, sem ter como saldar suas dívidas com o barão, entregou-lhe uma das casas mais invejadas do Rio de Janeiro. Tinha como vizinho o imperador dom Pedro II que proporcionava ao barão e sua família um acompanhamento da movimentação do Palácio de São Cristóvão e fornecia ótimos assuntos para conversas.
A mais velha das três mulheres, dona Mariana Batista de Carvalho, mãe de Mauá, tinha 66 anos, e sua irmã, Guilhermina de Sousa beirava os cinquenta. Eram completamente diferentes, enquanto dona Maria tinha imenso prazer em acompanhar o movimento, sua filha, era uma viúva infeliz é só via motivos de tristeza na vizinhança. Guilhermina preferia uma vida mais calma e discreta, julgava fútil a atitude da mãe que reparava nas roupas e carruagens dos que visitavam a corte, fato que causava inúmeras discórdias entre elas, para atenuar essas divergências de opinião, contudo, havia as palavras suaves de Maria Joaquina de Sousa, com 35 anos de idade e vinte de casamento, estava bastante acostumada às intervenções diplomáticas na vida familiar. Moravam todos juntos, a mãe, a irmã, a esposa e os seis filhos do barão.
Apaixonado por seu trabalho e por sua família, o barão de Mauá dedicava muitas de suas noites ao trabalho em seu escritório. Muito organizado e até mesmo sistemático, mantinha uma rotina em seus dias, sempre se inteirava das notícias mundiais, lendo jornais das principais capitais do mundo, depois dedicava-se a ler muitas cartas pessoais que chegavam todos os dias à sua casa e classificá-las por assuntos e remetentes, o primeiro conjunto de cartas que se dedicava-se a ler eram de correspondências privadas com seus sócios e empregados de confiança, deixando momentos de descontração por último. Ele escrevia para importantes personalidades como chefes de Estado, banqueiros, senadores e