Academia

Da mutação no trabalho à competência aplicada: paradoxos modernos
Antônio Fernando Gomes Alves1 “ O homem nunca está só diante do mundo de objetos que o cerca. O traço de união de suas relações com as coisas são as relações com os ‘outros’ homens” (Leontiev, 1958) 1. Introdução Este ensaio visa introduzir as próximas exposições. Difícil alinhar as inúmeras articulações que conceituam competência, dificuldade que os especialistas da área vêm tentando superar ao analisarem sob diferentes aspectos as “atitudes” individuais dos trabalhadores dentro de uma organização.

Prahalad e Hamel (2000) apresentam a historiografia do desenvolvimento das competências. Na década de 80, as competências essenciais diziam respeito à capacidade de reestruturar, corrigir confusões e eliminar camadas hierárquicas nas corporações. Isso mudou. Na década de 90, as capacidades passaram a ser: identificar, cultivar e explorar as competências, remetendo Prahalad e Hamel (2000) a repensar o conceito de corporação.

Boterf (2003) trata das questões ligadas ao desenvolvimento de competências e as variáveis interligadas para esse fim, como também procura caracterizar o profissional na ampla gama de conceitos e peculiaridades ora ligados à organização ora ao indivíduo.

Philippe Zarifian (2001) propõe unir esses dois objetos no posto de trabalho,separados que foram pela ótica da produtividade capitalista ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII, nas formulações teóricas de economistas clássicos, como Adam Smith e outros.

1

Bacharel em Economia e Filosofia. Mestre em Economia Política. Doutorando em Psicologia Social do Trabalho, com foco em aprendizagem dos trabalhadores. Professor de graduação, Coordenador e Professor do Curso de Pós Graduação em Recursos Humanos e Negócios na Universidade São Judas Tadeu (SP).

1

A segunda questão importante na ótica capitalista da separação do trabalho concerne ao que Philippe Zarifian (2001) chama de fluxo. O objetivo é acelerar a execução das