ABRIGO PARA ADOLESCENTES

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No abrigo, as adolescentes relacionam-se com uma espécie de "família artificial"Se por um lado as adolescentes moram no abrigo, por outro o mesmo possui relação direta com a evolução jurídica do caso, uma vez que deve informar ao juizado o comportamento da adolescente, bem como quaisquer informações relevantes para o desenrolar do processo no que se refere às perspectivas de reinserção familiar.
É aí que vemos que o abrigo, desde que capacitado tecnicamente para tal, possui potencial para atuar neste processo, como agente educacional, e não apenas mero expectador ou administrador dos deveres e direitos das adolescentes.
Se todo trabalho educacional se apóia no vínculo entre educador e educando, cabe-nos interrogar a natureza deste vínculo que as adolescentes constroem no abrigo a fim de entender as possibilidades e limites da ação educativa.
Primeiro, vamos considerar que uma das características dos vínculos afetivos no abrigo é que neste contexto os mesmos estão sempre confrontados com a meta do desabrigamento, pois todas sabem que a permanência na casa é transitória. Há uma ambigüidade saber que o abrigo só pode realizar sua tarefa educacional se houver um vínculo afetivo da adolescente com os profissionais, e, ao, mesmo tempo, trabalhar as condições que viabilizem o desligamento, a separação. Em muitos casos isto aparece claramente na verbalização: "vocês não gostam de mim, querem se livrar de mim". Costumo afirmar para as adolescentes que é verdade que nosso trabalho é profissional, e que temos por meta que elas voltem para um contexto de família, mas que isso não significa desafeto, e nem que precisamos brigar para que isto aconteça, até por que trabalhamos um desligamento gradual, e é comum que as adolescentes continuem tendo o abrigo como referência afetiva mesmo após terem saído.
Outra característica refere-se ao sentimento de confiança no adulto, que foi comprometido, em maior ou menor grau, pela experiência de violência familiar. Não podemos

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