Abordagem feministas

2330 palavras 10 páginas
A construção política dos gêneros implica uma valorização superior do masculino e das atividades masculinas e resulta em uma organização da atividade social e política hierarquizada, fazendo com que identidades e atividades que são concebidas como próprias dos homens, ou de características masculinas, tenham maior prestígio, diante de identidades e atividades associadas às mulheres ou a características tidas como femininas. Essa hierarquização é uma construção política, na medida em que distribui poder, autoridade e recursos de forma a privilegiar os homens (ou indivíduos associados à masculinidade) - o acesso das mulheres aos recursos, ao poder e à autoridade é, por isso, desigual e desprivilegiado.
Dessa forma, vemos que, apesar da diferenciação didática feita por Peterson e Runyan, o poder do gênero está intimamente ligado à posição das mulheres. Esse seria o caso com a exclusão tradicional das mulheres da alta política, espaço entendido como loci por excelência das relações internacionais. A construção dessa esfera como esferas de alto prestígio estaria intimamente ligada à sua construção como uma esfera tipicamente masculina. A difícil inclusão das mulheres nessa esfera, fato ainda expressivo nas RI, seria resultado dessas dinâmicas.
As diferenças de gênero no acesso a recursos, poder e autoridade afetam a posição das mulheres na sociedade; por outro lado, o poder do gênero se relaciona às maneiras, pouco comuns em RI, de pensar como nossas formas de ver e interpretar o mundo estão delimitadas pelo gênero. Certas normas e instituições são responsáveis pelas formas como somos socializados nas hierarquias de gênero, como internalizamos pressupostos culturais e os definimos como parte de nossas identidades. O controle social que garante essa internalização é feito pela família, pelas leis, pelo mercado, pela coerção física e, também, pela organização do sistema internacional. Estereótipos naturalizam e justificam estruturas sociais hierarquizadas e são

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