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Verdade e Conhecimento: Categorias Estéticas

"A força do falso". Este é o título de um dos ensaios de Umberto Eco
(2003) que discute o quanto nossas verdades basearam-se em declarações e crenças que, no transcurso do tempo, revelaram a falibilidade do conhecimento e o caráter de conto presente naquilo a que atribuímos um estatuto de verdade. Na opinião de Eco, em muitas circunstâncias, a verdade tardou a impor-se, e nesse sentido, a força do falso, sob a sua forma de erro, foi o motor de inúmeros eventos históricos. Diante disso, uma das indagações encaminhadas pelo teórico diz respeito a

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uma questão de ordem cognitiva, isto é, a decisão sobre o que é falso - seja um objeto empírico, seja conjectural - pressupõe a existência de um verdadeiro.
Torna-se, então, igualmente problemático o modo como substituímos certos contos por outros contos, na consideração de que depositamos nossa confiança em assertivas, hoje persuasivas e críveis, mas que amanhã não necessariamente manterão esse predicado. Esse é o caso clássico da longa vigência da hipótese de
Ptolomeu e na tensão do falso e do verdadeiro, Eco também descreve outros episódios em que o falso não apenas mudou a história, mas também foi preservado pela ingenuidade de muitos historiadores que não souberam interpretar o conjunto de informações de que dispunham sobre o passado. Trata-se, por exemplo, da difusão da crença de que a Idade Média considerava a Terra um disco achatado. Embora cartograficamente ingênuos, a leitura dos mapas medievais depende de outros indicativos que ultrapassam o tracejo de suas linhas. A forma achatada dos mapas até hoje se mantém; no entanto, isso não significa que ainda julguemos que a Terra seja plana. Além disso, no caso particular dos medievais, os viajantes eram imaginários, e suas descrições não pretendiam representar a forma da Terra porque, para os miniaturistas daquele período, as representações simbólicas eram mais relevantes