50 de resistencia de ditadura
Às véspera da sétima eleição presidencial desde a abertura, os três principais candidatos têm o que conta sobre a ditadura. 50 anos depois do golpe que derrubou Jango em 1964, o país já foi governado por um professor exilado, FHC (Fernando Henrique Cardoso), um operário preso na ditadura militar, Lula (Luiz Inácio Lula Da Silva), e uma ex-guerrilheira, Dilma (Dilma Rousseff) a transição à democracia foi exitosa, mas incapaz de pacificar controvésias do périodo. Meio século depois, a ditadura ainda incomoda o país.
"Restaurar a legalidade, revigorar a democracia, restabelecer a paz e promover o progresso e a justiça social.” À primeira vista, a frase poderia ser associada a algum pacifista ou ferrenho defensor do regime democrático, mas foi proferida pelo marechal Humberto de Alencar Castello Branco (1897-1967) em seu discurso de posse na Presidência da República em 1964, depois que um golpe depôs, pela via armada, um governo eleito pelo povo. O ano de 2014 marca os 50 anos do golpe. O assunto volta a ganhar força não apenas pelo triste aniversário, mas também pela quantidade de revelações que surgem sobre os 21 anos em que os militares estiveram no poder. Neste especial, apresentamos as novas perspectivas sobre o período que precisam ser levadas às salas de aula, em especial nos anos finais do Ensino Fundamental. “Vivemos hoje, com a Comissão Nacional da Verdade, um momento da justiça de transição, de acerto de contas com esse passado. Por isso, a sociedade discute mais esse tema do que o fez há algum tempo e, por consequência, o conhecimento e o interesse que os alunos trazem é bem maior”, afirma Gislene Lacerda, doutoranda em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Por diversos motivos, é comum que os professores não tratem do período em sala de aula. Um dos fatores que dificultam o trabalho é a organização cronológica dos livros didáticos e