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2 Inevitabilidade do pecado segundo a Sagrada Escritura
Na situação dramática na qual o homem se encontra, ele não pode evitar o pecado sem a graça. Isto significa que, sem a graça, o homem não é capaz de observar um comportamento moralmente reto.
Segundo o Antigo Testamento, a humanidade, desde as suas origens, é envolvida pelo pecado (cf. Gn 4, 1-15). O multiplicar-se dos pecados é causado pela fraqueza intrínseca do homem: “O Senhor viu que a maldade dos homens era grande na terra e que todos os pensamentos do seu coração estavam continuamente voltados para o mal” (Gn 6,5); “(...) porque os pensamentos do seu coração são maus desde a sua juventude”
(Gn 8, 21); “Eis que nasci na culpa, minha mãe concebeu-me no pecado”
(Sl 50, 7); “(...) pois pecamos, nós e nossos pais, desde a juventude até o dia de hoje” (Jr 3, 25). Assim, os justos se tornam sempre mais raros e Deus, para preparar-se um povo fiel, deve retirar Abraão de sua terra e de seus parentes (cf. Gn 12, 1ss).
No Novo Testamento, a enfermidade do homem é apresentada, sobretudo, com um pano de fundo que faz melhor ressaltar a grandeza
1 O Papa João Paulo II, na Encíclica Dominum et vivificantem, retoma, analisa e aprofunda esses textos conciliares, apresentando os pecados individuais, pessoais e sociais, como os grandes antagonismos da ação do Espírito Santo: a realidade original (n. 33-38); o Espírito Santo na discórdia interna do homem: a carne contra o
Espírito e o Espírito contra a carne (n. 55-60).
Teocomunicação, Porto Alegre, v. 38, n. 161, p. 348-359, set./dez. 2008
A situação do homem pecador ... 351 da misericórdia divina: “Não são os que estão bem que precisam do médico, mas sim os doentes (...). Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores” (Mt 9, 12-13). O texto clássico no qual Paulo descreve a incapacidade do homem sem Cristo de fronte à lei também natural encontra-se na Epístola aos Romanos (cf. Rm 7, 14-25), onde o apóstolo das gentes louva a Deus que, por

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