200 anos de imprensa no Brasil
Observatório da Imprensa
200 anos de Imprensa no Brasil
13 de maio de 2008
TV Brasil
Editorial
Dines: Bem vindos ao
Observatório da Imprensa. Os duzentos anos da imprensa brasileira que começam a ser festejados hoje se juntam ao décimo aniversário deste programa. O resultado é esta serie de três apresentações em formato especial que iniciamos hoje. Em
13 de maio de 1808, foi assinado o decreto que criava a Impressão Régia. A colônia saia das trevas a que estivera até então condenada para ingressar na era moderna iniciada cerca de 354 anos antes em Mainz,
Alemanha, com a invenção dos tipos móveis por
Johann Gutenberg. Não foi generosidade do regente D. João no dia do seu aniversário. Foi necessidade: o povo precisava ser informado a respeito da sucessão de atos
promulgados pela coroa.
Necessidade e também sorte porque nos porões da nau Medusa que participou do comboio que trouxe a corte de Lisboa estavam encaixotados os prelos e as caixas de tipos que haviam sido comprados na Inglaterra para a
Impressão Régia lisboeta.
O bom governo exigia uma boa comunicação e com base num axioma tão simples desabou a rigorosa censura construída a partir do estabelecimento da Santa Inquisição no império português em
1536: 272 anos de silêncio e ignorância. Este atraso deixou marcas nas instituições, na cultura e nas mentalidades. Incorporou-se ao nosso DNA.
Hoje, no gozo de todas as franquias democráticas, é impossível ignorar as deformações herdadas de
um regime tão duradouro, autoritário, teocrático e avesso ao saber. Sem tipografias até 1808 e expostos a uma severa censura inquisitorial que impediu a chegada das idéias iluministas, pode-se dizer que passamos ao largo do Renascimento por força do calendário e por vontade própria. Deixamos de aproveitar as luzes do final do