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A terceira margem do rio conta de Guimarães Rosa, conta a história de um homem que se esquiva de toda e qualquer convivência com a família e com a sociedade, permanecendo em completa solidão do rio, lugar em que, dentro de uma canoa, rema “rio abaixo, rio a fora, rio a dentro”, por ter esse comportamento diferente ele é visto como um desequilibrado, por todos.
Seu filho é o narrador-personagem dessa forma, relata todas as tentativas da família, parentes, vizinhos e conhecidos de estabelecer algum tipo de comunicação com o solitário remador, que mesmo assim recusa qualquer contato.
A família, sem ter mais o que fazer vai-se acostumando com seu abandono do pai, todos seguem sua vida, mudam-se daquele lugar, se casam, ou seja, o tempo transcorre naturalmente.
Seu filho tenta de todas as formas entender as atitudes de seu pai, porém é em vão, chega até ao ponto de propor tomar o lugar do pai na canoa, e vendo que o mesmo concordara ele sai desesperado.
O narrador-personagem nos transmite em seus relatos um ser humano cujos ideais de vida divergem dos padrões aceitos como normais, tendo o personagem principal atitudes que afrontam e perturbam seus familiares e conhecidos.
O único a persistir na busca de entendimento da opção do pai é o narrador, que não descuida dele e chega a desejar substituí-lo. A escolha do isolamento no rio instiga permanentemente o filho. Este é levado a questionar o próprio existir humano, sendo perceptíveis as indagações decorrentes na narrativa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS O conto A terceira margem do rio, apresenta várias características de seu autor, Guimarães Rosa, tais como: a presença constante da religiosidade, criança açoitada pelo sofrimento, morte e a descoberta de uma nova realidade.
A terceira margem do rio é um conto repleto de alegorias e símbolos que nos dão pista do que seria realmente a terceira margem do rio, dessa forma o conto tem um teor riquíssimo e nos faz refletir sobre vários aspectos de nossa vida.