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11169 palavras 45 páginas
FONTE: Revista: Iniciação à Bioética http://www.portalmedico.org.br/include/biblioteca_virtual/bioetica/indice.htm Artigo: http://www.portalmedico.org.br/include/biblioteca_virtual/bioetica/ParteIIIeutanasi a.htm
Eutanásia e Distanásia

Leonard M. Martin

Introdução

O compromisso com a defesa da dignidade da vida humana, na grande maioria dos casos, parece ser a preocupação comum que une as pessoas situadas nos diversos lados da discussão sobre eutanásia e distanásia. Este fato é importante porque indica que as discordâncias ocorrem mais em relação aos meios a utilizar, do que em relação ao fim desejado. Isto não significa que há consenso sobre o que se entende por "compromisso com a defesa da dignidade da vida humana", mas possuir clareza sobre a tarefa em mãos (seja esclarecimento dos fins almejados, seja esclarecimento dos meios) só pode ajudar na busca de uma ética que respeite a verdade da condição humana e aquilo que é bom e correto nos momentos concretos da vida e da morte.
Neste capítulo, portanto, nosso objetivo é modesto. Não pretendemos resolver todos os problemas que a dinâmica da tensão entre a eutanásia e a distanásia levanta. Pretendemos, sim, contribuir para um maior esclarecimento
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sobre o que significa falar acerca de uma morte digna e sobre os meios éticos necessários para alcançar este fim. Nesta busca de compreensão, o grande instrumento a nosso dispor é a linguagem e a identificação de palavras cujas referências são apropriadas nos contextos onde são utilizadas. Assim, podemos descobrir com mais segurança aquilo que é bom, compreender melhor aquilo que é fraqueza e desmascarar sem medo aquilo que é maldade humana.
A estratégia que propomos seguir em nossa reflexão é:
[1] Primeiro, tentar identificar os problemas que a eutanásia e a distanásia querem resolver. O sofrimento no fim da vida é um dos grandes desafios, que assume novos contornos neste fim de milênio diante da medicalização da morte e do poder

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