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Especialista em peixes aponta risco em construção de barragens no Rio Madeira

Brasília - Peixeiro Antônio Marcos Ribeiro mostra dourada à venda no comércio do entorno da capital federal. Ciclo reprodutivo do peixe está ligado ao rio Madeira e pode ser afetado pela construção de hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, segundo especialistas
Brasília - Para o pesquisador Flávio Lima, do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, a construção de barragens no Rio Madeira teria impacto negativo sobre a população de um dos peixes de maior importância comercial da Amazônia: a dourada, que, além de ser amplamente consumida nas grandes cidades do Norte, tem consumo em outras regiões do país e no exterior.

O governo federal quer construir no rio, em Rondônia, duas hidrelétricas (Jirau e Santo Antônio), com 6.450 megawatts no total – aproximadamente metade da potência de Itaipu, a usina mais potente do país. A obra depende da concessão de licença prévia pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que, em 23 de abril, publicou parecer recomendando a não-emissão da licença e pedindo a elaboração de um novo estudo de impacto ambiental (EIA).

De acordo com o documento do Ibama, os estudos feitos não identificam todas as áreas que seriam afetadas e deixam muitas incertezas. Uma das questões destacadas é a sobrevivência dos grandes bagres da região, entre os quais a dourada.

“É muito difícil prever o que aconteceria com esse peixe”, disse o pesquisador Flávio Lima, em entrevista àAgência Brasil. “Certamente haveria um impacto negativo, mas não se sabe a intensidade.” Segundo ele, os exemplares da dourada crescem no estuário amazônico, na região de Belém, e migram até 3 mil quilômetros rio acima para se reproduzir, desovando em áreas de altitude superior, muitas vezes na Colômbia e no Peru.

“A integridade da Bacia Amazônica parece importante para que os grandes bagres completem seu ciclo de vida, e a dourada

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