11 de setembro

A GUERRA CONTRA O TERRORISMO – AFENGANISTÃO E IRAQUE

Em 1939, pouco antes de invadir a Polônia, Adolf Hitler disse ao alto comando da Wehrmacht: “Darei uma razão propagandística para começar a guerra, não importa se é plausível ou não. Ao vencedor não se pergunta depois se disse ou não a verdade”. Hitler sabia que uma propaganda, para ser efetiva, necessita de feitos. E, para provar que a Polônia não aceitava suas propostas de paz, ordenou a Operação Himmler: alemães da SS e da Gestapo, uniformizados como soldados poloneses atacaram uma estação de rádio em Gleiwitz, fronteira da Alemanha. Aí estava a “razão propagandística” 1.

Nos dias de hoje o poder da propaganda é ainda maior que nos tempos do regime nacional-socialista de Hitler. Não só a propaganda em si, mas toda a mídia tem o poder de formar a opinião pública e a condicionar segundo seus interesses, sejam eles políticos ou econômicos, sociais ou culturais. No dia 11 de setembro, Ossama bin Laden conseguiu ocupar as telas, impor nelas, as suas imagens, as cenas da sua obra de destruição. Ele “apareceu aos olhos de milhões de pessoas, notadamente no mundo árabe-muçulmano, com um herói. Até mesmo mais que um herói, como um messias, ‘aquele que, enviado e designado por Deus, vem livrar a humanidade do mal [...]” 2. O atentado terrorista de 11 de setembro de 2001 serviu a George W. Bush como “razão propagandística” para declarar a guerra permanente contra o terrorismo e depois ocupar o Afeganistão. Tratou ainda de promover a demonização de Saddam Hussein, sem apresentar provas consistentes de que possua armas de destruição em massa, para justificar o ataque ao Iraque. Com os atentados o anti-semitismo aumentou nos Estados Unidos. Logo após os acontecimentos do fatídico dia 11, o ministro da justiça John Ashcroft, “mandava adotar uma lei antiterrorista, dita ‘lei patriótica” 3 que permitia as autoridades de prender qualquer suspeito estrangeiro. Além disso, “o