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No texto “Do contraste à analogia: novos desdobramentos do conceito de intervenção arquitetônica” Solà-Morales continua a discussão sobre a problemática do acréscimo no espaço urbano, e o tema intervenção surge como uma ramificação dessa problemática que, ele já havia tratado anteriormente em seu outro texto “Neo-rationalism and Figuration”. Nos tipos de intervenção, as que se ressaltam pelo autor são as intervenções feitas por contraste ou por analogia, sendo que, as mesmas são realizadas de acordo com o aspecto individual de cada obra estuda, não podendo se tornar um padrão universal, já que: ” hoje não é possível formular um sistema estético com suficiente validade para ser aplicado para além das condições individuais” (PAG. 253 – Uma Nova Agenda para a Arquitetura. NESBITT, Kate).
O modelo de intervenção por contraste aparece como uma de retórica, como algo que ressalta a diferença entre o novo e o existente através da geometria, material e textura, porem esse contraste não aparece como algo que julgue o velho de maneira negativa. Já o modelo analógico de intervenção admite haver, simultaneamente, diferença e repetição entre novo e o velho.
A intervenção de uma arquitetura nova em uma já existente começa pela relação que deve existir entre elas, e tal relação muda de acordo com os valores culturais que são atribuídos a essa arquitetura existente, sendo que esse valor pode mudar com o passar do tempo. Na cultura europeia, o valor de uma obra era dado não somente pelo seu valor financeiro, mas também pela sua exemplaridade como modelo prévio da boa arte do passado.
FINALZINHO
Em suma, Solá-Morales é uma boa fonte para refletir sobre a grande polemica que o tema permanência e transformação traz quando é colocado em palta, pois possibilita discutir a respeito dos critérios de intervenção e das controvérsias ligadas às ações movidas por motivações econômicas e turísticas que envolvem a relação das cidades contemporâneas com seus testemunhos do passado.