O mito da democracia racial

O mito da Democracia Racial Daniela Silva

”Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.” ( Nelson Mandela)

Definitivamente, o Brasil não é o país da democracia racial, o termo democracia racial surgiu por alguns para descrever as relações raciais no Brasil. O termo denota a crença de que o Brasil escapou do racismo e da discriminação racial vista em outros países, mas o que vemos é que as desigualdades sofridas pela população negra no Brasil são assustadoras e “são oriundas tanto de menores níveis de educação e de qualificação como de discriminação social, ou seja, a existência do preconceito e do racismo acaba por prejudicar os indivíduos por razão de suas características físicas ou culturais”. (JACCOUD, 2002, p.11) Ao realizar as pesquisas para tal trabalho ficou claro que falta às pessoas a consciência real do que é o racismo e de como este mito cresce a cada dia promovendo mais desigualdades na nossa sociedade.
A estudante Maria, que cursa o 1°ano do ensino fundamental II de uma escola estadual, com idade de 15 anos ao ser perguntado sobre questões referente ao racismo, respondeu da seguinte forma: “Para mim o racismo é uma forma de preconceito e acredito que há racismo no Brasil e na escola, pois já fui vítima e já presenciei brincadeiras de cunho racista com colegas meus na escola, infelizmente não tenho a menor idéia do que fazer para acabar com o racismo”.
Já Rafael, que parou de estudar na antiga 5ª série que hoje equivale a 6° ano do ensino fundamental e tem 50 anos de idade mostrou em suas respostas uma associação entre racismo e aparência física. Para ele “racismo é discriminar, e existe racismo no Brasil, pois se a pessoa é negra, feia e pobre é logo criticada e na escola as crianças colocam apelidos nas outras pelo mesmo motivo e apesar dele