O ensino no brasil

O ensino regular no Brasil já nasce de uma cultura instrumentalizadora para o trabalho. Isso porque a instrução recebida no país era destinada única e exclusivamente àqueles que pretendiam seguir alguma carreira proveniente das academias. É por esse motivo que a estrutura do ensino se deu (e, ouso dizer, se dá) “de cima para baixo”. As Universidades, ou cursos superiores, desde o princípio, traçaram o perfil do aluno que queriam ter e com base nesse perfil distribuíram os conhecimentos necessários para acessar tal nível de escolaridade.
Desde os primórdios da educação brasileira, com a instituição de Exames preparatórios em detrimento de uma formação padrão, os currículos vêm sendo estabelecidos com base nas necessidades determinadas pela formação profissional, o que pode ser percebido facilmente ao longo dos anos e das mudanças de legislação que ocorrem em âmbito educacional no país. Mudava-se a exigência das instituições de ensino superior, automaticamente mudavam-se as disciplinas e suas cargas horárias, assim como suas funções e relevâncias dentro do plano curricular.
Além disso, o fato de esse plano curricular ser determinado por uma instituição apenas, até meados da década de 1930, demonstra que não só o ensino se destinava às classes que tinham acesso ao ensino superior, mas também o quanto essa educação era voltada para a formação de uma elite intelectual, que tinha como pressupostos ideológicos a construção de uma nação nos padrões europeus, conhecedora de suas origens – por meio do estudo da literatura portuguesa – e mantenedora de sua formação, a qual estava sendo fundamentada através das leituras de textos contemporâneos que, ainda assim, se ligavam aos modelos de língua e literatura estanques daquela sociedade.
Fazendo esta reflexão, fica clara a influência do modelo adotado desde o início da sistematização da educação no Brasil nas práticas e nos currículos utilizados ainda hoje. O Ensino Médio (designação correspondente ao ensino secundário em