O ato de ler
Luzia Chamosa Rivas d'Amore
No Brasil, nós encontramos inúmeros problemas na área da leitura: formação deficitária do professor; falta de recursos financeiros para aquisição de livros; falta de bibliotecas nas escolas ou de condições adequadas ao seu uso (acervo pobre, inexistência de bibliotecária etc.); os meios de comunicação de massa que atraem pelos seus inúmeros recursos audiovisuais e não exigem uma educação formal para sua compreensão, pois estão a serviço da ideologia da classe dominante.
A maioria da população brasileira não tem acesso à ciência e a cultura, pois fica “passivo” diante da televisão, já que este é o único meio de informação e de lazer. Somente o acesso à “verdadeira” leitura, à obras de arte, cinema e teatro possibilitará o desenvolvimento do indivíduo e da sociedade. A compreensão do que se lê não é apenas um ato racional, porque a leitura é um processo contínuo de atribuições de significados. Para se desenvolver como um indivíduo idiossincrático, é necessário poder escolher o que se quer ler, fazer suas próprias descobertas, elaborar, criticar e divulgar o conhecimento. Através da literatura, o indivíduo pode ampliar seu conhecimento a respeito de si próprio, do outro e do mundo.
Silva, em seu livro, não tem como objetivo simplesmente levantar a problemática da leitura, mas contribuir com fundamentos psicológicos e filosóficos para chegar a novas metodologias para a educação.
O autor coloca a Fenomenologia existencial hermenêutica que estuda as operações da compreensão em sua relação com a interpretação de textos, ou seja, ler é compreender e seu interesse na psicologia essencialmente humana (existência do Homem na sua manifestação como leitor) como pano de fundo para a reflexão do ato de ler.
Para desenvolver alunos autônomos, o professor não pode trabalhar somente o significado do texto, mas possibilitar a percepção de que há inúmeros sentidos. Ler envolve