A educação na alta idade média mana
MANACORDA, Mario Alighiero. A Educação na Alta Idade Média, capítulo IV. In: MANACORDA,Mario Alighiero. História da Educação II Ed. São Paulo, Cortez 2004 pág 111-137.
No início do séc. VI verificam-se fenômenos políticos marcantes. De um lado, alguns reinos romano-bárbaros se implantavam em territórios do Império do Ocidente. A única autoridade política romana é a Igreja, especialmente o papado. Do outro lado o Império do Oriente conserva a sua unidade e a força tentando conquistar o Império do Ocidente. No que se refere ao campo de instrução, verificam-se dois processos: o desaparecimento da escola clássica e a formação da escola cristã. O nível cultural é muito baixo entre os bárbaros, os homens da igreja, e os representantes do império.
Entre os homens da igreja acontece também um processo de um empobrecimento cultural. Concílio de Cartago (400 d. C.) proibiu os bispos a leitura dos textos clássicos. Concílo de Roma (465 d. C.) enfrenta o problema da total ignorância dos eclesiásticos, e 30 anos mais tarde, o papa Gelásio I admite:
“ não seja admitido ao sacerdócio quem não conheça as letras ou tenha algum defeito físico” (P.L. LIX, 53). A educação se dividiu basicamente entre cenobial nos mosteiros e paroquial para os eclesiáticos. Os mosteiros recebiam crianças entregues pelos pais para que ingressassem na vida religiosa. Em 418, o papa Zózimo instituirá as primeiras escolas religiosas para que, os sacerdotes apreendessem antes de ensinar. O modelo organizacional destas escolas é a escola hebraica. Além de questões morais e litúrgicas, a leitura, em voz alta, era bastante incentivada, embora alguns jovens fossem analfabetos. Na pedagogia cristã elaboraram-se a necessidade de dar atenção à criança, em relação à disciplina, vigilância e alimentação, mas o mestre não deixava a posição de quem ensinava e o discípulo devia permanecer calado e submisso. As punições corporais faziam parte da didática e