Técnicas de Entrevista
1. Definições
Luiz Beltrão (A imprensa informativa; São Paulo, Folco Masucci) define a entrevista como "a técnica de obter matérias de interesse jornalístico por meio de perguntas e respostas". A entrevista é um dos instrumentos de pesquisa do repórter. Com os dados nela obtidos ele pode montar uma reportagem de texto corrido, em que as declarações são citadas entre aspas, ou pode montar um texto tipo perguntas e respostas, também chamado "pingue-pongue".
Segundo Luiz Amaral (Técnicas de jornal e periódico; Rio, Tempo Brasileiro, 1987) podem-se distinguir dois tipos de entrevista: a de informação ou opinião (quando entrevistamos uma autoridade, um líder ou um especialista) e a de perfil (quando entrevistamos uma personalidade para mostrar como ela vive, e não apenas para revelar opiniões ou para dar informações. Em ambos os casos há interesse do leitor, e o jornalista será sempre um intermediário representando seu leitor (ou receptor) diante do entrevistado. Na primeira situação, quando se trata de divulgar informações e opiniões, mesmo para produzir uma simples nota, é conveniente e necessário o jornalista repercutir o material com outras fontes envolvidas com o fato, checando a informação.
Fábio Altman (A arte da entrevista: uma antologia de 1823 aos nossos dias; São Paulo, Scritta, 1995) diz que "a entrevista é a essência do jornalismo". Segundo Altman, "a entrevista transforma o cidadão comum em líder, dono da palavra, professor, uma pessoa incomum".
Em Técnicas de codificação em jornalismo-redação, captação e edição do jornal diário; São Paulo, Ática, 1991, Mário Erbolato conta que as origens da entrevista remontam a 1836, quando James Gordon Bennet fez perguntas a Rosina Townsend, proprietária de um prostíbulo de Nova York no qual ocorrera um assassinato classificado, então, como "sensacional".
Segundo Juarez Bahia ( "Jornal, História e Técnica – História da Imprensa Brasileira". São Paulo: Ática, 1990 ) um dos requisitos