Trabalho matematica
Para Suely Druck, da UFF, docentes de educação básica recebem conhecimento muito incipiente
27 de maio de 2010 | 20h 07
BRASÍLIA - O problema da baixa qualidade do ensino da matemática nas escolas públicas está centralizado na formação incipiente dos professores para o ensino da disciplina. O diagnóstico é da professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisadora do Instituto de Matemática Pura e Aplica (Impa) Suely Druck.
O ensino da matemática e de ciências na educação básica foi debatido nesta quinta-feira, 27, durante a Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, em Brasília. Na avaliação de Suely, que é também coordenadora da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), vários fatores contribuem para a deficiência do ensino da disciplina, desde o financiamento à descentralização da organização do ensino "Mas a formação do professor é o cerne do problema e é o mais difícil de ser enfrentado. Hoje temos uma quantidade muito grande de professores em sala de aula que não estão preparados para isso", defende. Para a especialista, o primeiro passo é "estancar" a má-formação em cursos de baixa qualidade. Ela destaca que os estudantes de cursos de pedagogia, que vão lecionar para os alunos do 1° ao 5° ano do ensino fundamental, recebem um conhecimento muito incipiente de matemática durante sua formação. "É praticamente nada [o que eles aprendem]. A maioria vai dar aula de matemática, e a última vez que eles viram o conteúdo foi quando eram alunos do ensino médio", aponta. O professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Eduardo Mortmer ressaltou ainda que, dentro das graduações de matemática, química e física, há pouco interesse por parte dos estudantes em trabalhar como professor de educação básica. "O sistema de ensino não consegue segurar o professor que se qualifica. Os mestres e