Texto literario
Fala-se, geralmente, de literatura oral, em referência às narrativas e aos poemas dos repentistas sertanejos. No entanto, sendo oral, não pode ser literatura. Muitos dos texto a que, impropriamente, chamam de “literatura oral”, foram criados por artistas que são (ou foram) inclusive analfabetos e, consequentemente, embora dominando perfeitamente a linguagem falada (sobretudo em seu contexto), não dominavam a linguagem escrita. Ao serem reproduzidos em livros, isso se dava porque outros indivíduos, que dominavam ambas as espécies de linguagem, o faziam. Depois, como os livrinhos (ou folhetos) eram levados às feiras e pendurados em cordões (como roupas no varal) para serem vendidos, passaram a ser chamados de literatura de cordel.
Na leitura de um texto literário (poema, romance etc.), o que mais chama a atenção do leitor é o que se passa no imaginário criado pelo poeta ou ficcionista, configurando algo existente no contexto de uma realidade que de fato existe ou que poderia existir (plano transmediato); mas o que se passa no imaginário criado pelo poeta ou ficcionista está aí representado através não da linguagem escrita (plano imediato), mas da linguagem oral nela