territorio

2.2- ALGUMAS CONSIDERAÇÕES PARA SE PENSAR O TERRITÓRIO DE MAGALHÃES BARATA
Para Souza (2012), a palavra território geralmente evoca o território nacional e logo nos faz pensar no Estado, que por sua vez é o gestor desse território, seja na questão do espaço, em dominação, governo ou mesmo na defesa. Para esse autor, os territórios são construídos e desconstruídos nas mais diversas escalas, das mais acanhadas à internacional e até mesmo temporal, século, ano, meses, dias etc.
Segundo Di Méo (1998), a necessidade de um determinado animal defender um espaço com o objetivo de se proteger é uma das concepções mais primitivas de território. Para a etologia,
O território é a área geográfica nos limites da qual a presença permanente ou frequente de um sujeito exclui a permanência simultânea de congêneres pertencentes tanto ao mesmo sexo (machos), à exceção dos jovens (território familiar), quanto aos dois sexos (território individual) (Di Méo, 1998, p. 42).
De acordo com o geógrafo Claude Raffestin, não podemos falar de território sem antes fazermos uma breve análise do espaço, pois o espaço é o objeto que antecede o território. Nessa perspectiva o espaço é onde se projeta um determinado trabalho com a intensão de domínio próprio, portanto, o território para Raffestin (1993), é uma produção a partir do espaço que se inscreve num campo de poder, ou ainda, é o espaço social inscrito dentro de relações de poder.
O espaço é de certa forma, dado como se fosse uma matéria prima. Preexistente a qualquer ação. Local de possibilidades é a realidade material preexistente a qualquer conhecimento e a qualquer prática dos quais será o objeto a partir do momento em que um ator manifeste a intenção de dele se apoderar. Evidentemente, o território se apoia no espaço, mas não é o espaço. É uma produção a partir do espaço. Ora, a produção por causa de todas as relações que envolve, se inscreve num campo de poder. Produzir uma representação do espação já é uma apropriação, uma