Taunay

4983 palavras 20 páginas
MARÍLIA DE DIRCEU: A INTERPRETAÇÃO DA LÍRICA DE GONZAGA POR ANTÔNIO CANDIDO
Resumo: Este artigo pretende elucidar alguns dos aspectos da complexa dualidade entre os conceitos de indivíduo e sociedade, um dos temas mais caros à Sociologia, através de uma análise da visão do crítico e sociólogo Antônio Candido, em seu clássico Formação da Literatura Brasileira, de uma das obras líricas mais consagradas de nossas letras, Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga. Sendo o escritor agente do processo de formação da literatura nacional, Antônio Candido considera que as escolhas estéticas são, ao mesmo tempo, produto e produtoras das estruturas mais amplas que se formam durante este processo.
“Não sei, Marília, que tenho,
Depois que vi o teu rosto;
Pois quanto não é Marília,
Já não posso ver com gosto. Noutra idade me alegrava,
Até quando conversava
Com o mais rude vaqueiro:
Hoje, ó Bela, me aborrece
Inda o trato lisonjeiro
Do mais discreto pastor.
Que efeitos são os que sinto?
Serão efeitos de Amor?
Saio da minha cabana
Sem reparar no que faço;
Busco o sítio onde moras,
Suspendo defronte o passo. Fito os olhos na janela,
Aonde, Marília bela,
Tu chegas ao final do dia;
Se alguém passa, e te saúda,
Bem que seja cortesia,
Se acende na face a cor.
Que efeitos são os que sinto?
Serão efeitos de Amor?
“Lira XXI”, Marília de Dirceu, Tomás Antônio Gonzaga Eram os idos de 1785. O centro da mineração, (a atividade econômica que enchera a colônia lusitana na América do Sul de prosperidade), as freguesias de Vila Rica e Antônio Dias, agitavam-se no final de mais uma tarde. Nas ladeiras cobertas de pedregulhos, escravos iam e viam, carregando sacos, bacias com dejetos, liteiras; alguns senhores empoados discutiam. De uma porta, sai um homem bem-vestido, nos seus quarenta e poucos anos, o Ouvidor e Procurador dos Ausentes. O homem desce uma ladeira, e numa esquina vê um casarão. Numa das janelas, uma mocinha de dezessete anos

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