Tamo junto
RESUMO
O objetivo deste trabalho de pesquisa é avaliar o ciclo de vida da soja para quantificar as contribuições ambientais e econômicas necessárias em cada etapa de produção, transporte e processamento de soja e seus principais produtos. Para tanto, foram utilizadas a análise de energia incorporada, a análise de intensidade de materiais e a análise emergética, além da avaliação de indicadores econômicos e sociais. Os resultados mostram que produção agrícola da soja é a etapa que utiliza maior quantidade de recursos no ciclo de vida dos produtos considerados: farelo de soja exportado para a
Europa, biodiesel e óleo de soja refinado. Por isso, a etapa agrícola é aquela que requer mais atenção dos tomadores de decisões em políticas publicas para um ciclo de vida da soja mais sustentável. Os resultados mostram que a produção de biodiesel de soja convencional não é uma alternativa sustentável (renovabilidade = 31%) para fornecimento de energia para a sociedade e também que os fluxos de farelo de soja exportados para a
Europa são responsáveis por grandes impactos ambientais (índice de carga ambiental =
2,83). Entretanto, os resultados mostram que a soja pode ser produzida em sistemas alternativos mais sustentáveis de forma a reduzir estes impactos negativos.
Palavras-chave: biodiesel; avaliação emergética; análise de energia incorporada; análise de intensidade de materiais; agricultura sustentável.
INTRODUÇÃO
Nos últimos trinta anos o Brasil tornou-se o segundo maior produtor mundial de soja e o segundo maior exportador de soja e farelo de soja com uma participação de mais de 33% do mercado mundial. A área plantada de soja para a safra 2005/2006 equivale à soma daquela prevista para os outros quatro principais grãos produzidos no país: arroz, feijão, milho e trigo. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação (FAO), o total da área plantada com estes quatro grãos reduziu-se entre
1991