Síntese evolutiva dos postulados geomorfológicos
A geomorfologia é um conhecimento específico, sistematizado, que tem por objetivo analisar as formas do relevo, buscando compreender os processos pretéritos e atuais (Casseti, 2009). Quanto aos processos, estes são movidos pelos fatores endógenos, atividades que envolvem movimentos ou variações químicas e físicas das rochas, no interior da Terra, (Penha, 2007). Ainda segundo o mesmo autor, esses movimentos são induzidos pela energia proveniente do calor do interior da Terra, que é produzido em grande parte através do decaimento radioativo de isótopos instáveis. O magnetismo que produz plútons e vulcões, os terremotos, os dobramentos e fraturamento da crosta, e a deriva das placas tectônicas estão relacionados à energia do interior do Planeta. Já os fatores exógenos, são os responsáveis pela intemperisação das rochas, modelando-as. Esses fatores são condicionados, principalmente pela ação de agentes atmosféricos e biológicos conforme variação climática, ocasionando a destruição física e a decomposição química de minerais e rochas.
As primeiras concepções acerca da geomorfologia são associadas a Leonardo da Vinci (Século XVI), quem se ocupou em estudar diques e canais, concebeu a ideia de que as correntes de água, por um lento trabalho, mediante pequenas mas incessantes modificações de seu leito, se encaixam pouco a pouco e escavam os vales pelos quais passam, o que explica, que as dimensões dos cursos dos vales são proporcionais às dimensões dos cursos de água que neles se encontram (Tricart, 1969).
O estudo das formas do relevo deriva substancialmente das concepções geológicas do século XVIII, que representaram a tendência naturalista, voltada aos interesses do sistema de produção, tendo o “utilitarismo” como princípio (Casseti, 2009). Nesse período, estudos práticos de geomorfologia, atrelados a uma escala de tempo humana, foram adequados a estudos técnicos de engenharia sobre o relevo, em que diversos