São Tomás de Aquino e Santo Agostinho

842 palavras 4 páginas
O conceito de providência era impossível no pensamento clássico devido ao basilar dualismo metafísico. Para entender plenamente o plano da história, é de grande importância a Redenção, através da qual é explicado o enigma da existência do mal no mundo e a sua função. Cristo tornou-se o centro sobrenatural da história, sendo o seu reino a cidade de Deus, representada pelo povo de Israel antes da sua vinda sobre a terra, e pela Igreja depois de seu advento. Contra este cidade se ergue a cidade terrena, mundana, satânica, que será absolutamente separada e eternamente punida nos fins dos tempos.

Agostinho distingue em três grandes seções a história antes de Cristo. A primeira concerne à história de duas cidades após o pecado original, que ficaram confundidas em um único caos humano, e chega até a Abraão, época na qual começou a separação. Na segunda, Agostinho descreve a história da cidade de Deus, recolhida e configurada em Israel, de Abraão até Cristo. A terceira retoma, em separado, a narrativa do ponto em que começa a história da Cidade de Deus separada, ou seja, desde Abraão para tratar paralela e separadamente da Cidade do mundo, que culmina no império romano.

Esta história, onde parece que Satanás e o mal têm o seu reino, representa uma unidade e um progresso para Cristo, sempre mais claramente, conscientemente e divinamente esperado e profetizado em Israel, e pelos povos pagãos a seu modo que, consciente ou inconscientemente, lhe preparavam diretamente o caminho. Depois de Cristo, cessa a divisão política entre as duas cidades, que se confundem como nos primeiros tempos da humanidade, com a diferença de que já não é mais união caótica, mas configurada na unidade da Igreja, que não é limitada por nenhuma divisão política, mas supera todas as sociedades políticas na universal unidade dos homens e na unidade dos homens com Deus. A Igreja, portanto, é acessível, invisivelmente, também às almas de boa vontade que, exteriormente dela não podem

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