Stress no trabalho
PROF. DR. VALMIR ANTONIO ZULIAN DE AZEVEDO
MÉDICO DO TRABALHO, DOUTOR EM SAÚDE COLETIVA, ÁREA DE SAÚDE
OCUPACIONAL DO DEPARTAMENTO DE MEDICINA PREVENTIVA E SOCIAL,
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS, UNICAMP
PROF. DR. SATOSHI KITAMURA
MÉDICO DO TRABALHO, COORDENADOR DA ÁREA DE SAÚDE
OCUPACIONAL DO DEPARTAMENTO DE MEDICINA PREVENTIVA E SOCIAL,
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS, UNICAMP
Introdução
A
espécie humana predomina sobre as demais, entre outras razões, por ter desenvolvido, ao longo da sua existência, uma impressionante capacidade de adaptação, desde as condições mais adversas impostas pela natureza até aquelas impingidas a ela mesma pela cultura dos povos, como, por exemplo, a guerra. Esta adaptação, no entanto, exigiu e continua a cobrar um custo grande do organismo humano, alicerçado sobre bases biológicas.
Nos anos 30, um médico canadense recém formado –
Hans Seley, observou durante pesquisa em animais, que quando se submete um organismo vivo a estímulos que ameaçam o seu equilíbrio orgânico, ele manifesta um conjunto de respostas não específicas que são desencadeadas independentemen-
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te da natureza do estímulo. Esse processo foi por ele denominado SÍNDROME GERAL DE ADAPTAÇÃO, e as manifestações que são por ele geradas no organismo foram denominadas stress.
Nos últimos setenta anos, o tema do stress vem sendo amplamente pesquisado e discutido no meio científico, tendo angariado uma capacidade explicativa invejável nos campos da medicina e da psicologia, quando se trata de diagnosticar distúrbios que se situam na interface entre o corpo e a mente.
Neste período, a chamada teoria do stress foi aperfeiçoada e desenvolveu-se de tal forma que as relações entre ambiente e organismo humano, no campo biopsicossocial, passaram a ser lidos predominantemente através de sua lente. Tal força é tão significativa que o stress foi incluído recentemente entre as doenças constantes no Código