Sociologia
Durkheim presenciou um fato trágico na história de sua terra natal quando ainda era adolescente. Foi em 1871, quando aconteceu a Comuna de Paris, o primeiro movimento de operários que chegou a ocupar o poder, tendo aí permanecido por 72 dias. Foi dissolvido com grande violência pelo exército republicano. Em Lorena, republicanos e monarquistas digladiaram-se, destruindo parte da cidade em que nasceu.
Outra tragédia aconteceu no final de sua vida. Ao eclodir a primeira guerra mundial, muitos jovens franceses foram chamados a defender sua pátria e não regressaram das frentes de batalhas. Dentre eles, muitos foram seus discípulos e um deles foi o seu filho, Andrés.
A obra de Durkheim reflete uma preocupação com fatos desta natureza e sofre, igualmente, a influência do período chamado de Belle Époque, da sociedade Européia.
Segundo Azevedo (1997:56), Belle Époque é uma “expressão francesa empregada para caracterizar um período de tranqüilidade social e de supremacia burguesa nas grandes cidades européias, durante os primeiros anos de século XX. A Belle Époque assinala também uma fase de expansão internacional do capitalismo. (...) Na realidade, sob a opulência e a riqueza, o descontentamento social não era pequeno, como pareciam mostrar as freqüentes greves ocorridas”.
Enquanto uma paz relativa e um crescimento econômico tranqüilizavam os países europeus, em várias de suas colônias havia movimentos reivindicatórios de liberdade. Por isso, os exércitos europeus estavam sempre investindo em organização e equipamentos bélicos.
No campo econômico, a Belle Époque propiciou aos franceses um espírito de otimismo com relação ao futuro ao verem surgir na França, uma série de inovações importantes:
o uso do aço, da eletricidade e do petróleo substituindo a “a energia suja” da era do carvão;
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