Sobre a verdade e a mentira
O intelecto humano se faz efêmero, sombrio e lastimável, diante da situação em que é subordinado à existência da natureza em si, um astro que abriga esse intelecto pode, simplesmente de uma hora pra outra, deixar de existir, e todo esse existir humano o deixa de ser.
A missão desse intelecto se restringe unicamente à vida humana. Essa restrição faz do homem um ser um tanto quanto patético, por assim ser, e então o intelecto ser restrito à nossa raça. O autor faz a comparação entre o homem e um mosquito, onde o mosquito voa e gira no ar, tendo a si como seu centro, e assim seríamos nós.
Todavia, é da vaidade humana acreditar que o seu trabalho (no caso referindo-me metaforicamente ao intelecto) seja o melhor, e o mais admirável, e dessa maneira, único.
O conhecer e o sentir funcionam como uma luz ofuscante às vistas humanas, onde ludibria o homem a respeito do valor que a existência tem de fato, o que traz ao homem valores sobre o seu próprio conhecimento sobre si. Daí constitui-se um engano.
Dessa maneira, a conservação do intelecto é feita a partir da dissimulação, pois é esse o modo em que os fracos estabilizam-se, pela necessidade de se manter num determinado patamar dentre os outros.
Com isso, forma-se uma “lei”, a lei de existir um impulso quase que inerente ao nosso ser de encobrir a verdade. A mentira não leva a um conhecimento profundo, mas a satisfação imediata já é tida como algo “bastante”. Assim, sem esse conhecimento profundo, o homem não é capaz de perceber, nem a si próprio, pois perde a curiosidade a qual traz o conhecimento – a verdade-, anulando ironicamente o seu intelecto ao qual tenta se estabelecer, através da mentira.
Ora, sendo assim, de onde vem esse impulso contrário à verdade? O homem em seu estado natural usa de seu intelecto para preservar-se, dissimulando. Diante da necessidade de viver em sociedade, faz-se um acordo de paz. E é