sermão
António Vieira nasceu em 1608, em Lisboa, na Rua do Cónegos. Seu pai, Cristóvão Vieira Revasco, serviu na Marinha portuguesa e foi escrivão da Inquisição. António Vieira foi baptizado na Sé de Lisboa, segundo se diz na mesma pia baptismal onde fora também baptizado Fernando Bulhões – Santo António de Lisboa. Missionário, pregador e diplomata, as causas que defendeu, em Portugal e no Brasil, levaram-no a atravessar o Atlântico por sete vezes. É considerado o maior orador sacro do País e um dos paradigmas da prosa clássica portuguesa.
Nascido em Lisboa, é levado aos 7 anos para a Bahia, onde o pai vai exercer a função de secretário da Governação. Estuda no colégio jesuíta desta cidade; com 15 anos foge aos pais para ingressar na Companhia de Jesus, e revela tão apropriados dotes, que três anos depois, findo o noviciado, era ele o encarregado de redigir o relatório anual dos trabalhos provinciais da Companhia (carta ânua) e já regia uma cadeira de Retórica. Em 1635 recebe ordens e inicia a sua carreira de pregador. Os Holandeses, que em 1624 se tinham apoderado durante alguns meses da Bahia, então capital brasileira, tentam novo golpe em 1638. Uma das mais famosas peças oratórias de Vieira foi o sermão Pela vitória das nossas armas, proferido no momento em que a situação parecia desesperada para os Portugueses.
Em 1641, juntamente com o filho do governador, vem trazer a Lisboa a adesão da colónia a D. João IV. Depressa sugestiona o ânimo do monarca e se torna o mais famoso pregador da corte. Utiliza estas duas posições como poderosas baterias políticas, apontando-as a favor de uma orientação que, embora difícil de vingar, era imposta pelas circunstâncias.
Com efeito, o Padre António Vieira recomendou uma política fundada no poder económico da burguesia mercantil, constituída pelos cristãos novos. Com os capitais móveis e a organização comercial deste grupo, que abrangia uma rede internacional, intentou