Segunda liçao
O grande observador francês, de quem Freud foi discípulo em 1885 e 1886, não era propenso às concepções psicológicas. Foi seu discípulo Pierre Janet que tentou penetrar mais intimamente os processos psíquicos particulares da histeria, e eles seguiram o exemplo, tomando a divisão da mente e a dissociação da personalidade como ponto central de nossa teoria.
Segundo a de Janet, a histeria é uma forma de alteração degenerativa do sistema nervoso, que se manifesta pela fraqueza congênita do poder de síntese psíquica. Os pacientes histéricos seriam, desde o princípio, incapazes de manter como um todo a multiplicidade dos processos mentais, e daí a dissociação psíquica.
Quando mais tarde, Freud prosseguia sozinho as pesquisas iniciadas por Breuer, foi levado a outro ponto de vista a respeito da dissociação histérica (a divisão da consciência). As divergências quanto às teorias de Janet nasceram do trabalho prático e terapêutico de Freud, uma vez que o trabalho de Janet era laboratorial. Preocupado não só com as origens, mas também com a melhora de seus pacientes, Freud e Breuer empreendem o método catártico e, a partir dele, sugerem que a consciência é dividida em vez de haver degenerescência e falta de capacidade por parte das histéricas. Freud encontrou limitações nesta técnica. Nem todo paciente se podia hipnotizar. Foi a partir desta limitação somada a observação de uma experiência de Berheim que Freud empreendeu novas descobertas. Berheim mostrara que as pessoas por ele submetidas ao sonambulismo hipnótico apenas aparentemente perdiam a memória. Em verdade, não perdiam e se forçassem a memória lembrariam o que tinham feito durante a hipnose. A técnica da hipnose se tornou, a partir de então, enfadonha para Freud no tratamento de seus pacientes e ele rumou para outra prática. A de não mais hipnotizar os pacientes.
Passou, então, a assegurar e acreditar que seus pacientes não precisavam de hipnose para lembrar os eventos traumáticos que