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12100 palavras 49 páginas
Histórias, Memórias, Aventuras, Vidas...
As grandes cidades precisam de espetáculos, e os povos corrompidos, de romances.
(Jean-Jacques Rousseau)

1. Livros, leitores, romances.

Acerca do romance e da sua repercussão, até hoje se buscam respostas que sejam satisfatórias para perguntas em torno do gênero que trouxe inovações ao discurso literário tradicional: a forma do romance diferiria dos clássicos gregos? onde e como teria surgido esta nova forma literária? São algumas das perguntas feitas por críticos dos séculos XIX e XX.
Contudo, a origem tanto quanto a propagação do gênero são irrelevantes para alguns estudiosos. O fato é que, indiferente à crítica, a forma romanesca se expandiu de maneira a satisfazer os anseios do público. Diante da importância que essa forma literária assumiu na vida dos leitores, da maneira como identificaram suas próprias fraquezas e alegrias com as dos personagens dos romances, discutir em qual nação teria nascido o gênero não é assunto de grande importância para alguns críticos, como Sade, que, ao defender o gênero, afirma serem irrelevantes seu tempo e lugar de origem:
Chamamos de romance a obra de ficção composta das mais singulares aventuras da vida dos homens. (...) Não é preciso, portanto, tentar procurar a origem desse gênero nesta ou naquela nação privilegiada.1

No entanto, no instante em que começa a surgir este novo gênero, que tinha como títulos "A história de...", "As memórias de...", "As aventuras de...", "A vida de..."2 e correspondia a toda essa variedade de publicações daqueles momentos iniciais, tinha como objetivo encontrar uma correspondência entre o texto literário e a realidade recriada, conforme aponta Sandra Vasconcelos:
(...) a variedade de publicações daqueles momentos iniciais (...) parecia pretender dar alguma verossimilhança aos relatos e torná-los mais aceitáveis pelo público leitor que colocava sob suspeita tudo o que contivesse um conteúdo ficcional.3

No espaço em que surgiu a

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