Resumo - vigiar e punir
PARTE I- SUPLÍCIO
- Cap. I: O corpo do condenado
Abordando, a princípio, o suplício, o capitulo I começa discorrendo com detalhes espantosos, esta prática tão comum por volta do início do século XVIII. Esta forma de punição, que mais funcionava como um espetáculo aterrorizante, consistia basicamente na tortura em meio público, torturava-se no condenado, os mamilos, braços, coxas, pernas e em seguida aplicava-se nessas partes chumbo derretido, óleo fervente, piche em fogo, cera e enxofre derretidos em conjunto. O passo seguinte era amarrar as partes do corpo a quatro cavalos, que o desmembraria, e as partes desmembradas, por fim, eram lançadas ao fogo para que fossem reduzidas a cinzas e suas cinzas pudessem ser lançadas ao vento.
Para efeitos de demonstrar a evolução do sistema punitivo, que tende a ser tratada em todo o livro, é citado o regulamento da Casa dos jovens detentos em Paris, que três décadas após esse período de constantes práticas de suplícios, se apresenta como um regulamento baseado em atividades de ocupação do tempo dos detentos, estabelecendo-se como uma grande contradição quando comparado ao modelo dos suplícios. É claro que ambas as práticas não foram aplicadas aos mesmos crimes, mas o fato a ser ressaltado nesse contexto é a evolução do estilo penal, o surgimento de uma era de reformas, de um novo tempo para a justiça penal.
Data-se do final do século XVIII o inicio da extinção das práticas do suplício. Aos poucos a punição executada como um espetáculo passou a ter um cunho negativo, entendendo-se que a prática de suplícios chegaria a se igualar ao crime em termos de selvageria, trazendo a ideia de ferocidade e crueldade às pessoas. Diz o autor que “a execução pública é vista então como uma fornalha em que se acende a violência”. Ainda nesse contexto, as antigas concepções vão deixando de fazer sentido, a justiça que mata e feri já não demonstra sua grandeza e sua força com esses atos; a