Resumo de O Cannã ( Graças Aranha )
Descortinando Canaã
Colonos europeus recém estabelecidos no Brasil (festa de casamento)
"Qual a verdadeira moeda que nos domina?...É ou não o regime colonial com nome disfarçado de nação livre?"
Graça Aranha – Canaã, 1902
No que toca ao que podemos designar como literatura de comprometimento, a entrada do Brasil no século XX tardou ainda por dois anos. E quando o fez , deu-se com gala por meio de dois livros poderosos na repercussão alcançada, ambos aparecidos em 1902: “Canaã” de Graça Aranha e, no fim daquele ano, “Os Sertões” de Euclides da Cunha. O país naquela época vivia embalado pela questão da “branquização” – subproduto, digamos, resultante do apogeu do colonialismo europeu - , na qual a raça branca era vista como a principal, senão única, portadora, da civilização. Daquilo que naquele tempo gostavam de designar como o Espírito Moderno. Para os ideólogos do Brasil do futuro, os projetos anteriores - o da conversão dos indígenas levado a adiante pelas ordens católicas, desde o século XVI, e o Pombalino, do século XVIII, de amparar-se na miscigenação para ampliar a ocupação do território - , estavam exauridos. Tratava-se doravante, mapeado e consolidado o país, pelo menos desde os finais do Segundo Império, fazer o Brasil galgar as escadas que o levariam à condição de nação civilizada, ainda que fosse uma espécie de meia-sola ou plágio um tropical da sociedade européia.
Graça Aranha, por assim dizer, propõe dois planos de confrontos. O primeiro deles, e mais geral, trata do impacto da natureza exuberante, luxuriosa e envolvente, no olhar do